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Tem um minuto? Então, descubra porque vale tanto a pena ler “Uma breve história do tempo”, de Stephen Hawking.

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Sternfalls, de Anselm KIEFER, 1995.

Uma breve história do tempo, de Stephen Hawking, é o título de divulgação científica mais vendido no mundo até hoje. Em doze capítulos, o leitor é conduzido pelos reinos enigmáticos dos buracos negros e quarks, da anti-matéria e das “setas do tempo”, dos multiversos, do big bang. Ainda que sempre paire uma sombra de suspeita sobre os best-sellers, neste caso, o livro tem todos os méritos.

Uma primeira grande virtude se encontra nas qualificações do autor, considerado um dos mais brilhantes físicos teóricos da história. Seu trabalho científico é reconhecido como sendo revolucionário. Neste texto, no entanto, o que mais chama a atenção é a genialidade necessária para transmitir ideias complexas de forma simples e acessível. Stephen Hawking tem esse talento e esse cuidado. Admitidamente, compreender as leis que que controlam o universo é uma meta ambiciosa e, possivelmente, inalcançável. Ainda assim, muito já se caminhou neste sentido e tudo aquilo que foi descoberto até aqui é instrumento e patrimônio de todas as pessoas deste planeta.

imagem.aspx“Na época de Newton, era possível que uma pessoa instruída dominasse a totalidade do conhecimento humano, pelo menos em suas linhas gerais. Mas, desde então, o ritmo em que ciência se desenvolveu tornou isso impossível. Como as teorias estão sempre sendo modificadas para explicar novas observações, elas nunca são propriamente digeridas ou simplificadas para que as pessoas comuns possam entende-las. É preciso ser um especialista, e, mesmo neste caso,
só se pode esperar ter um domínio apropriado de uma pequena porção das teorias científicas. (p.222)”

Compartilhar seu conhecimento especializado um público mais amplo é um dos objetivos de Hawking, mas não o único. Fazendo uso de muito bom humor e humildade, Breve História do Tempo deve, também, entreter e emocionar o leitor. Estudar pode ser, e muitas vezes é, muito chato e sofrido. Já aprender, descobrir, conhecer são prazeres tão intensos, que fazem o esforço valer a pena. A chance de entrever, com Stephen Hawking, a grande empolgação resultante das descobertas e vivencias possíveis nas fronteiras do conhecimento humano é outra boa razão para se ler Uma breve história do tempo.

Nada é mais paradoxal que o tempo: ele mede e conecta a vida cotidiana e o cosmo. Ao examinarmos as questões relativas ao tempo, percebemos muitas coisas que antes não discerníamos com clareza e somos levados a refletir sobre a relação entre o ser humano e o universo. Através das descrições e hipóteses cosmológicas contidas no livro, mais que simples leitura, tem-se uma experiência de dimensões distantes e desconhecidas que pode modificar e enriquecer a imagem que formamos do universo e do ser humano dentro dele.

Ficamos diante de um horizonte no qual reverbera o questionamento de quem somos e qual o nosso lugar nesse esquema. A escala cosmológica de tempo/espaço em que as discussões de Hawking se fazem evidencia e coloca em perspectiva o paradoxo da vida humana. Somos muito pequenos e pode ser bem reconfortante pensar na trivialidade de nossos problemas em relação à ordem que organiza as galáxias. Ao mesmo tempo, somos testemunhas de algo imenso. Difícil não ser invadido por sentimentos de humildade e gratidão profunda ao nos percebermos parte desta grande aventura cósmica.

O livro faz grandes perguntas. Quão real é o tempo? Ele vai acabar? Da onde vem a diferença entre passado e futuro? Porque lembramos do passado e não lembramos do futuro? O universo é interminável ou há fronteiras? O leitor não precisa ser fã de ficção científica, só ter um tanto de curiosidade e ser um apreciador da maravilhosa e inesgotável capacidade humana de se questionar e buscar respostas.

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LIMA, A. A. Para pensar sobre o cosmo: Stephen Hawking e Uma Breve História do Tempo , 2017. Disponível em; <http://www.ressonancias.com/uma-breve-historia-do-tempo>. Acesso em: dia/mês/ano.

Comments(2)

  • Petra vanessa e. Franco
    24 de janeiro de 2017, 21:09

    Muito grata

  • Elizabeth Sandoval
    26 de janeiro de 2017, 22:21

    Excelente escolha. Tempo, tempo, tempo , tempo.